domingo, 26 de julho de 2009

Beyoncé consegue ligação emocional com fãs


LOS ANGELES (Hollywood Repórter) - Beyoncé recentemente encabeçou a lista compilada pela Forbes das estrelas de até 30 anos mais ricas, mas fica claro que ela não está guardando o dinheiro na poupança. Ela deve ter gasto muito em sua mais recente turnê espetacular.


Apesar do título de seu último álbum, "I Am ... Sasha Fierce (palavra que, em inglês, significa 'feroz')", não se viu ferocidade alguma em seu show. Caloroso e emotivo? Muito. Bombástico? Pode apostar, porque essa é a natureza das turnês pop nos dias de hoje.


Mas o que a fez realmente criar uma conexão com seus fãs não foram os artifícios, como o confete que choveu sobre ela enquanto cantava "Crazy in Love", as partes do palco high-tech que se moviam e as inúmeras trocas de figurino. Foi a música e a maneira como ela a cantou, interagindo com sua banda e os fãs. A maioria das divas ou chamadas divas poderia aprender algo com Beyoncé. Está ouvindo, Madonna?


No show de mais de duas horas de duração, Beyoncé abrangeu estilos diversos, desde o pop e o R&B até o hip-hop, reggaeton, eletrônico e dance.


Ela também cantou canções de outras pessoas, como "Love to Love You Baby," de Donna Summers, "Angel," de Sarah McLachlan, e "You Oughta Know," de Alanis Morrissette.


Mas "Ave Maria", cantada enquanto os dançarinos montavam um vestido de noiva sobre ela, não funcionou.


Quando a multidão gritava, aplaudia e delirava no início do show, ela parava para sorrir sinceramente. Bem diferente da Beyonce de alguns anos atrás, cujo ego parecia chegar antes dela. Mas Beyoncé amadureceu - musicalmente e como artista.


Nos materiais mais quentes, ela foi Tina, a Geração Seguinte, enquanto em algumas baladas ela mergulhou no espírito de Streisand, chegando a reproduzir os fraseados desta. Beyoncé vem melhorando muito como vocalista, graças em parte ao fato de ter representado Etta James em "Cadillac Records" e ter atuado em "Dreamgirls".


Em dado momento ela falou que acredita no poder das mulheres, citando o fato de sua banda e os vocais de fundo serem exclusivamente femininos. Mesmo entre os dançarinos, os homens em vários momentos usavam figurinos que cobriam seus rostos.


Esse tipo de discurso é positivo, especialmente para elevar a autoestima de suas fãs mais jovens. Mas imaginar que Beyoncé defende uma agenda feminista seria bobagem. Os minivestidos e outros figurinos ainda mais exíguos simplesmente não foram escolhidos para impressionar as mulheres no público.


Os melhores momentos do concerto não foram os de brilho e efeitos. Foram os que em que Beyoncé encontrou uma conexão com os fãs. Se ela continuar nesse rumo, isso pode fazê-la crescer como artista, tornando o marketing uma consideração secundária.


Por Darryl Morden

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